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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MPE discute problemas em hospital

Demora no atendimento e falta de medicamentos estão entre os problemas

Questões estruturais, demora no atendimento e falta de medicamentos no Hospital Ophir Loyola, referência no tratamento oncológico no Pará, foram assuntos discutidos ontem durante uma reunião no Ministério Público do Estado (MPE), da qual participaram também o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e direção do Ophir Loyola.
José Maria Lima Júnior, promotor de direitos constitucionais e patrimônio público para a área da saúde, explicou que a reunião foi idealizada com o objetivo de buscar soluções administrativas para evitar o ajuizamento de processo que tramita no Ministério Público contra o Hospital Ophir Loyola. “Nossa intenção é que o Ophir Loyola, por si só, resolva o problema através do diálogo”.
Segundo João Gouveia, diretor administrativo do Sindmepa, atualmente o maior problema enfrentado pelos pacientes que fazem tratamento contra o câncer é a demora para a realização das cirurgias - em média a espera é de dois a três meses - e a falta de alguns medicamentos para os pacientes de quimio-terapia. “O tratamento de câncer consiste em três grandes áreas, a radioterapia, a cirurgia e a quimioterapia. A radioterapia está funcionando normalmente, sem grandes filas ou problemas, mas de nada adianta fazer a radioterapia e esperar três meses para a cirurgia, isso prejudica a continuidade do tratamento e, para quem está se tratando de uma doença como essa, pode significar a vida ou a morte”.
Em contrapartida, o diretor do Ophir Loyola, Paulo Soares, disse desconhecer as informações de demora para as cirurgias e também sobre a falta de medicamentos. Ele afirmou que as cirurgias com tempo de espera maior são as eletivas, ou seja, não se tratam de emergência. “O Sindmepa desconhece a realidade do hospital e essas informações não procedem”.
Uma das sugestões para diminuir a demanda no Ophir Loyola, de acordo com o diretor de regulação da Sespa, Charles Tocantins, é a descentralização do atendimento. Ele afirma que o Hospital Regional de Santarém já está realizando 90% dos procedimentos que, até então, eram realizados somente pelo Ophir Loyola. O Barros Barreto também deve ser habilitado para isso ainda este ano, visto que as instalações físicas já estão prontas. “O Ministério da Saúde diz que qualquer hospital da rede pública pode fazer cirurgias para tratamento de câncer, por isso precisamos analisar a demanda e, então, viabilizar as soluções”.
(Texto: Diário do Pará em 10/08/2010)

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